Dica para chegada dos alevinos
Climatização:
Assim que os peixes chegam é muito importante que deixem eles boiando dentro do saco no tanque rede por um período de no mínimo 40 minutos para que as temperaturas se igualem, e em seguida vá misturando aos poucos a água onde eles serão soltos a água que está dentro do saco e solte-os posteriormente.
Mortalidade dos alevinos:
Não basta ter apenas a água necessária para o tanque rede, é preciso um conhecimento sobre o volume em que ocorre a troca da água, oxigenação, e temperatura da água (choque térmico).
A alimentação irregular, o manejo incorreto (equipamentos utilizados transporte e técnicas arcaicas), são as principais causas de morte dos peixes.
Já que no estágio inicial é necessário maior cuidado.
Não trate nem stresse os alevinos durante as primeiras 24h após a chegada dos mesmo.
Banho de sal:
Para o banho de sal é necessário:
– 1 lata de óleo de soja
– 1 cabeça de alho grande
– sal
Bata a cabeça de alho no liquidificador com o óleo e vá misturando um pouco de sal, em seguida coloque em uma garrafa “pet” até se tornar uma substância pastosa (quase um tempero pronto).
Antes da alimentação dos peixes jogue um pouco do óleo na água, e jogue a ração por cima.
Com isso os alevinos irão comer a ração e se “lambuzar” do óleo com sal que irá evitar a formação de fungos. O alho irá combater o stress do peixe.
Esta receita não deve ser utilizadas mais de uma vez ao dia, e muito cuidado para não intoxicar os peixes.
Limpeza do Bolsão (Berçario) com os alevinos:
É muito importante que se mantenha limpo o bolsão para que as algas que se formam na tela não impeçam que o oxigênio chegue ao tanque.
Uma dica sem custo e sem perda de tempo é a colocação de peixes “limpantes” como o Cascudo e a Curimba dentro do bolsão para que eles auxiliem a limpeza do tanque (não coloque os no mesmo dia que os alevinos chegaram, pois eles se alimentam da sujeira incrustada no bolsão).
Manual de criação de peixes em tanques rede:
Manual oferecido pela Cia. de Desenvolvimento do Vale do São Francisco e Parnaíba (CODEVASF) com informações relacionadas as boas práticas e manejo das principais espécies cultivadas em tanques rede como Tilápia, Tambaqui, Pacu, Pirarucu, Surubim entre outros.
Despesca:
Sempre há a certeza de que o peixe está no tanque rede, exceto em situações em que o tanque rede e danificado devido a ataque de piranhas no fundo ocasionado por peixes que morrem e não foram recolhidos e eventualmente afundam.
Devido a isto é necessário um acompanhamento diário dos tanques rede e remover sempre os peixes mortos.
Alimentação:
Os peixes em um tanque rede, não se alimenta de outra maneira a não ser a ração oferecida a eles. Está ração deve ser de qualidade e alta taxa de proteína para que os peixes se desenvolvam bem, rapidamente.
Rações com baixo teor proteico são mais baratas, mas não oferecem o desenvolvimento necessário.
Gosto de barro:
Nos peixes criados em tanque rede NÂO há o “gosto de barro” devido ao tanque estar suspenso e não ter contato com o fundo.
Excesso de ração agrava mortalidade de peixes (tilápias) em tanques rede:
O excesso de ração juntamente com altas temperatura, agrava a mortalidade dos peixes.
Isto ocorre pois, quanto mais alimento estiver, maior será o esforço fisiológico e metabólico sobre o peixe esforço associado à respiração e a digestão. Peixes alimentados em excesso, consumem mais oxigênio e associado às altas temperatura é ainda maior esta oferta. Então com uma queda de oxigênio na água estes peixes superalimentados sofreriam mais que peixes em jejum.
Com o aumento da temperatura da água, a passagem do alimento pelo intestino torna-se mais lenta e o alimento acaba permanecendo mais tempo dentro do animal, o que acaba prejudicando o peixe inflamando estômago e intestino favorecendo o “espalhamento” de bactérias pelo animal, juntamente com um intestino hemorrágico.
Caso seja este seu caso, suspenda a ração por 2 ou 3 dias para recuperação dos peixes.
Remova constantemente os peixes mortos e “moribundos” para diminuir qualquer tipo de infecções.
Segue abaixo tabela de sugestão para alimentação de peixes tilápias em tanques rede:
|
29 a 32ºC |
26 a 28 ºC |
22 a 26ºC |
22 a temp. menor |
Peso dos peixes (g) |
Taxa (%peso vivo) |
Ref. Diárias |
Taxa (%peso vivo) |
Ref. Diárias |
Taxa (%peso vivo) |
Ref. Diárias |
Taxa (%peso vivo) |
Ref. Diárias |
1 a 10 |
10,0 |
4 |
10,0 |
4 |
8,0 |
3 |
6,0 |
2 |
10 a 25 |
8,0 |
4 |
8,0 |
4 |
6,0 |
3 |
4,0 |
2 |
25 a 100 |
3,0 |
3 |
4,0 |
3 |
3,0 |
2 |
2,0 |
1 |
100 a 300 |
2,5 |
2 |
3,0 |
3 |
2,5 |
2 |
2,0 |
1 |
300 a 600 |
1,5 |
2 |
2,0 |
2 |
1,5 |
1 |
1,0 |
1 |
600 a 1000 |
1,0 |
1 |
1,50 |
2 |
1,0 |
1 |
0,6 |
1 |
Sugestão aproximada de taxa de alimentação para tilápias em tanque rede.
Quantidade de peixes por tanque x peso médio x % do peso vivo : nº de refeições = Quantidade em kg de ração por dia
Exemplo prático do uso da tabela:
Tanque rede com 600 peixes
Peso médio 500g (0,50kg)
Temperatura da água a 27ºC
Cálculo: 600 x 0,50kg x 2% = 6kg : 2 = 3kg, ou seja em cada refeição deverá ser fornecido aos peixes 3kg de ração.
Gosto de ração:
Para que se elimine qualquer sabor entranho do peixe e necessário deixa-lo em jejum de 12h a 24h dentro do tanque rede antes da despesca, para que haja uma limpeza do intestino dos peixes, obtendo assim um peixe com melhor qualidade e sem sabores desagradáveis, este processo é denominado de depuração.
Mortalidade por choque térmico (teste do braço):
Por muitas peixes morrem por choque térmico, que é determinado pela alteração brusca da temperatura na superfície da água (cerca de +ou- 20cm) em relação ao resto do tanque rede, provocando um choque térmico todas as vezes em que o peixe vem a superfície para se alimentar.
A solução encontrada foi suspender a alimentação concomitantemente, com o controle de temperatura da água.
Este controle deve ser realizado em 2 pontos, um na superfície e outro a cerca de 1 metro de profundidade.
Recomendamos fazer a verificação da temperatura antes da alimentação dos peixes, podendo ser realizado até mesmo com o próprio braço, onde quando se perceber uma diferença na temperatura em relação a mão (que está no fundo) e o ombro (que está na superfície).